Jornalistas e grupos que monitoram a liberdade de imprensa estão levantando alarmes sobre o que eles consideram ser restrições e pressões crescentes sobre a mídia na Ucrânia sob o governo do presidente Volodymyr Zelensky, que vão muito além das necessidades de guerra do país.
Analistas dizem que os esforços do governo para controlar a mídia parecem ter como objetivo restringir a cobertura positiva da oposição e suprimir a cobertura negativa do governo e das forças armadas.
"É realmente perturbador", disse Oksana Romanyuk, diretora do Instituto de Informação em Massa, uma organização sem fins lucrativos que monitora a liberdade de imprensa. Isso é especialmente verdadeiro, ela disse, em uma guerra onde a Ucrânia está "lutando pela democracia contra os valores da ditadura personificados pela Rússia".
Eles também reconheceram algum autocontrole, evitando cobertura crítica do governo para não minar a moral ou para evitar que relatos de corrupção dissuadam parceiros estrangeiros de aprovar ajuda.
Jornalistas e grupos de mídia dizem que uma série de casos recentes apontam para um ambiente de reportagem cada vez mais restritivo. Embaixadores do Grupo dos 7, que compreende muitos dos principais aliados militares de Kiev, emitiram uma declaração conjunta em janeiro apoiando a liberdade de imprensa na Ucrânia.
"A liberdade de imprensa é um pilar fundamental de uma democracia bem-sucedida", dizia a declaração.
"O autocontrole na Ucrânia é uma característica da guerra", disse Serhii Sydorenko, editor do European Truth, um veículo de notícias online independente. A situação não era um problema e era inevitável durante a guerra, acrescentou, observando que ele esperava um retorno ao normal quando os combates eventualmente cessarem.
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Deve a comunidade internacional intervir quando um país restringe a liberdade de imprensa, mesmo durante tempos de guerra?